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Mercado de Carbono: como o biogás e o biometano podem liderar a descarbonização

  • Foto do escritor: GSS
    GSS
  • 18 de jul.
  • 2 min de leitura
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No dia 14 de julho, o Bate‑Papo GSS reuniu especialistas para discutir o Mercado de Carbono e o protagonismo do biogás e do biometano na descarbonização da indústria. O encontro foi conduzido por dois especialistas da GSS e a presidente executiva da ABiogás.


Panorama do SBCE


Vanessa Barreira, especialista em TBS da GSS, abriu o webinar com um panorama do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE). Ela lembrou que a Lei nº 15.042, aprovada em dezembro de 2024, estabelece que, dentro de cinco anos, entre 4.000 e 5.000 empresas – responsáveis por cerca de 15% das emissões nacionais – terão de quantificar suas emissões e negociar cotas no sistema “cap and trade”. Vanessa destacou ainda que seguradoras e entidades financeiras deverão investir 0,5 % de suas reservas em ativos ambientais, o que deve gerar um volume de aproximadamente R$ 7 bilhões.


O desafio da dupla contagem


Em seguida, Diego Flaresso, especialista em Especialista em TbS e Mudanças Climáticas da GSS, explicou por que é essencial evitar a dupla contagem de “ganhos climáticos”: “Você não pode ter um ganho climático e se creditar desse ganho climático mais de uma vez”, alertou, apresentando os casos de sobreposição entre créditos voluntários, CPR Verde, CBIs do RenovaBio e outros instrumentos brasileiros. Ele reforçou que, sem metodologias claras e critérios de adicionalidade, os projetos podem inflar resultados e comprometer a credibilidade do mercado de carbono.


Biogás e biometano como solução


A parte central do bate‑papo ficou por conta de Renata Isfer, presidente-executiva da ABiogás. Ela definiu o biogás como o gás resultante da decomposição anaeróbia de resíduos orgânicos e o biometano como sua forma purificada de alta qualidade. Três números chamaram a atenção:


  • Capacidade atual: ~870.000 m³/dia, cerca de 10 % do consumo de gás fóssil;

  • Potencial até 2030: ~8.00.000 m³/dia (10× o nível atual) — e até 120 000 000 m³/dia se todo o potencial de resíduos for aproveitado;

  • Redução de emissões: até 90 % ao substituir diesel por biometano em transporte pesado, com possibilidade de pegada negativa ao considerar captura de metano em lixões.


Renata também adiantou que o Certificado de Garantia de Origem do Biometano (CGOB), previsto para janeiro de 2026, vai trazer rastreabilidade e segurança aos volumes comercializados. Segundo ela, as metas de compra de biometano pelas grandes empresas – agora alvo do Programa Nacional de Descarbonização do Gás Natural – serão fundamentais para estimular o mercado.


Perspectivas


No debate final, os participantes questionaram impactos nos preços, desafios de infraestrutura de gasodutos e a adaptação da regulamentação do gás fóssil ao biometano. Foi consenso que os principais gargalos são:


  • Regulação em construção, ainda sem todos os detalhes metodológicos;

  • Infraestrutura de transporte, com concentração de 50 % da produção em São Paulo e falta de gasodutos em outras regiões;

  • Adequação das regras, já que a legislação atual foi pensada para gás fóssil, desconsiderando atributos específicos do biometano 


O uso de biogás/biometano pode auxiliar na descarbonização, especialmente das frotas corporativas, desde que sejam realizados investimentos em infraestrutura, haja clareza regulatória e existam mecanismos de certificação confiáveis.


Não pôde participar ao vivo? A gravação do webinar está disponível aqui. 


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