London Climate Action Week 2025: protagonismo empresarial na rota até a COP30
- GSS
- há 2 dias
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Entre os dias 21 e 29 de junho, Londres foi palco de uma das mais relevantes mobilizações globais pela ação climática: a London Climate Action Week (LCAW) 2025. Criada em 2019 pela organização E3G, em parceria com o prefeito de Londres, a LCAW se tornou um ponto de convergência entre diplomacia internacional, setor privado, sociedade civil, ciência e finanças climáticas, tudo isso com um pé na realidade urbana e diversa da capital britânica, e outro nos grandes desafios planetários da transição verde.
Mais do que um evento, a LCAW representa uma plataforma de ação contínua. Seu objetivo é claro: usar a força da cidade de Londres como catalisadora de soluções climáticas locais e globais, promovendo integração entre setores, auditando avanços e, principalmente, estimulando a implementação efetiva de compromissos assumidos em fóruns internacionais, como a COP.
Em 2025, a semana ganhou contornos ainda mais estratégicos. Isso porque a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP30, será realizada em Belém do Pará, com o Brasil liderando a presidência e promovendo uma agenda voltada à entrega. Ou seja, a era das promessas está ficando para trás. Agora, é hora da ação coordenada, concreta e mensurável.
Foi nesse contexto que a GSS esteve em Londres, representada por sua diretora Francine Leal, com um papel especial: atuando como Project Management Office (PMO) da SBCOP – Sustainable Business COP, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para articular o setor empresarial brasileiro rumo à COP30. A GSS tem contribuído diretamente com a governança e a produção técnica dos Grupos de Trabalho temáticos da SBCOP, conectando diferentes setores produtivos ao centro das decisões climáticas internacionais.
A força da LCAW: quatro metas para transformar intenção em impacto
Com centenas de eventos espalhados pela cidade e milhares de participantes de todos os continentes, a LCAW se estrutura em torno de quatro objetivos centrais:
1. Global London
Colocar Londres como um polo de diplomacia climática. A cidade funciona como espaço de articulação entre governos, setor financeiro e organismos multilaterais, ajudando a moldar a rota até a COP30 e além. Diante de um cenário geopolítico cada vez mais complexo, com o clima no centro de questões comerciais, migratórias e energéticas, a LCAW cumpre um papel essencial de mediação e alinhamento global.
2. Local London & UK
Conectar a transformação global com a realidade local. Londres, como uma das cidades mais ricas e diversas do mundo, tem o dever de liderar pelo exemplo — promovendo uma transição justa, inclusiva e regenerativa para seus próprios cidadãos. A LCAW é um momento anual de prestação de contas sobre esse caminho.
3. Alinhamento do Climate Cluster
A cidade abriga um vibrante ecossistema com mais de 250 mil profissionais trabalhando com clima nos setores público, privado e do terceiro setor. A LCAW estimula sinergias entre essas frentes, integrando conhecimento e potencial de inovação.
4. Ação climática de toda a sociedade
Expandir o debate climático para todos os setores, de escolas a museus, passando por atletas, artistas, ONGs e pequenas empresas. A LCAW mostra que a luta climática precisa sair dos gabinetes e entrar nas ruas, nas casas, nas comunidades.
Essa abordagem ampla e sistêmica — que une capital político, técnico e cultural — foi o cenário ideal para as discussões em que a GSS se inseriu ao longo da semana, sempre com o olhar voltado à implementação real e escalável de soluções até a COP30.
GSS na agenda estratégica: clima, negócios e entregas concretas
Durante a LCAW, a GSS participou de encontros estratégicos que reforçaram a importância do setor privado como protagonista da transição climática. Um dos pontos altos foi o High-Level Event – LCAW & IFC, promovido pela SBCOP, com a presença de líderes do setor financeiro, empresarial e representantes do governo brasileiro, incluindo a CEO da COP30, Ana Toni.
Como destacou Ana Toni:
“Os governos já fizeram sua parte. Agora é hora de agir – e agir juntos.”
A fala ecoou o espírito da semana: coordenação, urgência e corresponsabilidade.
A GSS, como PMO da SBCOP, acompanhou de perto também os painéis dos Grupos de Trabalho que estão construindo recomendações para a COP30 nos eixos de:
Bioeconomia
Soluções baseadas na natureza
Finanças climáticas
Cidades sustentáveis
Educação e força de trabalho
A atuação da GSS é justamente garantir que essas propostas não fiquem no campo do discurso, mas se traduzam em planos de ação viáveis, auditáveis e aplicáveis.
Painel McKinsey: Private Sector & Climate Agenda
No segundo dia da LCAW, a GSS acompanhou o painel “How the Private Sector Can Support COP30”, promovido pela McKinsey. Entre os principais insights:
Ricardo Mussa | SBCOP
A COP30 é uma janela inédita para o protagonismo do setor privado latino-americano.
Defendeu a coordenação entre coalizões empresariais para evitar dispersões e maximizar impacto.
Kevin Massy | Equinor
As empresas estão passando da definição de metas para a execução estruturada de planos climáticos.
Reforçou a importância de governança climática corporativa, com integração entre estratégia de negócio, risco e transparência.
Jamie Fergusson | IFC
O papel das instituições financeiras é criar ambientes que atraiam o capital privado, através de:
Estrutura de mercado confiável
Regulação clara
Capacidade institucional local
Jennifer Beckwith | CBI
Há um déficit de capacitação técnica que impede a implementação da transição.
O papel das PMEs, especialmente no Reino Unido, precisa ser amparado por ambiente regulatório e financeiro estável.
Daniel Mikkelsen | McKinsey
A agenda climática já é uma agenda de competitividade corporativa.
Destacou a importância de planos auditáveis e marcos realistas de transição.
Segundo Francine Leal, da GSS, dois pontos foram unânimes entre os especialistas:
É preciso sair do manifesto e partir para a operação.
Financiamento, capacitação e regulação são pilares interdependentes e inegociáveis.
SB COP Breakfast: Diplomacia Climática e Liderança Empresarial
A GSS também esteve presente no exclusivo SB COP Breakfast, que contou com a participação de lideranças como Paul Polman, Ricardo Mussa, representantes da International Chamber of Commerce (ICC), IFC e o Embaixador André Corrêa do Lago, representante do Brasil para a COP30.
Entre os pontos-chave:
A Agenda de Ação será o coração da COP30, focada em exemplos reais e escaláveis.
A governança proposta pelo Brasil para a COP30 se estrutura em quatro pilares:
Ministros da Fazenda – foco em implementação
Ex-Presidentes de COPs – continuidade institucional
Povos tradicionais e comunidades sub-representadas – inclusão ativa
Ética climática – decisões baseadas em ciência e urgência
Paul Polman resumiu bem:
“Não nos falta tecnologia nem dinheiro para enfrentar a crise climática. O que falta é liderança e responsabilidade coletiva.”
A LCAW serviu como ensaio real para o que se espera da COP30: articulação transversal, liderança empresarial e soluções ancoradas na realidade.
O que aprendemos e para onde vamos
A LCAW 2025 nos deixou lições fundamentais:
A transição precisa ser coordenada e colaborativa entre empresas, governos, financiadores e sociedade civil.
Financiamento, capacitação e regulação são os três pilares críticos para tirar a ação climática do papel.
Coalizões bem organizadas, como a SBCOP, são fundamentais para evitar dispersões e alinhar esforços.
A COP30 será a COP da entrega, e o setor privado precisa ocupar esse espaço com protagonismo, responsabilidade e resultados.
Próximos passos
A COP30 será a COP da implementação, e a GSS se posiciona com firmeza neste caminho, promovendo pontes entre o setor empresarial, governos, sociedade civil e organismos internacionais.
Estamos em Londres hoje, estaremos em Belém amanhã.Mas nosso compromisso é permanente: contribuir com soluções reais, escaláveis e justas para uma economia regenerativa.
Se a sua empresa quer entender como se posicionar na agenda climática rumo à COP30, fale com o nosso time.
A ação é agora. E é coletiva.