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Como se preparar para a COP30: o papel do setor empresarial na liderança climática

  • Foto do escritor: Vanessa Souza
    Vanessa Souza
  • 6 de mai.
  • 6 min de leitura


A COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), surge como momento decisivo para acelerar ações climáticas globais. Dez anos após o Acordo de Paris – cujo objetivo é limitar o aquecimento a 1,5°C – as nações revisam suas metas (NDCs) e buscam maior ambição. Para o Brasil, sediar a conferência na Amazônia reforça seu papel de liderança histórica em renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono. A escolha de Belém destaca ainda a importância da floresta amazônica – grande absorvedora de CO₂ – trazendo foco à sua conservação e ao desenvolvimento sustentável da região.


Entre os principais temas em discussão estão: financiamento climático para países em desenvolvimento; transição energética justa; bioeconomia e soluções baseadas na natureza. O financiamento climático volta à pauta após a COP29, que definiu a meta de mobilizar pelo menos US$1,3 trilhão por ano até 2035 para apoiar ações dos países vulneráveis. As nações discutirão como acelerar esse fluxo, crucial para viabilizar renováveis e infraestrutura resiliente. A “transição energética justa” ganha destaque: países em desenvolvimento clamam por apoio para migrar a fontes limpas sem sacrificar o crescimento econômico.


No contexto brasileiro, a redução do desmatamento é vista como uma forma de transição de baixo custo, trazendo ganhos ambientais e reputacionais – reduzindo emissões a um custo menor que em outras transições e melhorando a imagem internacional do País.


A bioeconomia também está na agenda. Trata-se de usar recursos biológicos de forma sustentável, integrando conservação e desenvolvimento. Estima-se que até 2030 o setor bioeconômico mundial movimente cerca de US$ 7,7 trilhões, o que destaca seu potencial para gerar inovação e empregos verdes na Amazônia e outras regiões. Por fim, as soluções baseadas na natureza – como preservação de florestas, restauração de manguezais e ecossistemas costeiros – são fundamentais tanto para mitigar emissões quanto para adaptação. A COP30 vai enfatizar projetos que equilibrem a proteção da biodiversidade com atividades econômicas sustentáveis.


Ações urgentes para as empresas

Diante desse cenário, as empresas precisam se antecipar às exigências e oportunidades que virão. Entre os passos estratégicos, destacam-se:


  • Avaliar riscos climáticos: identificar riscos físicos (enchentes, secas, etc.) e de transição (regulatórios, de mercado) nos ativos e cadeias de valor. Divulgar esses riscos e oportunidades de forma clara – seguindo recomendações como TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures) ou CBPS – traz credibilidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), empresas que se adequarem voluntariamente às novas normas de relatório socioambiental ganharão tempo e benefícios antes da obrigatoriedade oficial. Em resumo, mensurar riscos climáticos hoje prepara a empresa para responder a eventos futuros e atender às expectativas de investidores e clientes.


  • Desenvolver planos de descarbonização: estabelecer metas de redução de emissões (por exemplo, com base em metodologias científicas como SBTi) e elaborar um inventário de emissões de GEE. Investir em eficiência energética e matrizes renováveis (solar, eólica, biogás etc.) reduz custos e riscos. Segundo pesquisa do CEBDS/BCG, 92% das grandes empresas brasileiras estão motivadas em uma jornada de “net zero” e já calculam parte de suas emissões. No entanto, é preciso transformar essa motivação em ações concretas, com cronogramas claros de redução nos escopos 1, 2 e 3.


  • Alinhar estratégias ESG: integrar ações climáticas ao plano estratégico e à gestão de sustentabilidade. Isso significa envolver o Conselho e líderes executivos na agenda do clima, além de conectar metas de descarbonização a iniciativas sociais e de biodiversidade. A GSS, por exemplo, orienta organizações “na transição para uma economia de baixo carbono, com soluções estratégicas integradas em gestão climática, descarbonização da cadeia de valor e uso sustentável da biodiversidade”. Assim, objetivos corporativos, relatórios ESG e diálogo com stakeholders passam a refletir o compromisso ambiental da empresa.


  • Atender às exigências de disclosure climático: a partir de 2025, a CVM exigirá que companhias de capital aberto divulguem dados de sustentabilidade (Norma 193) e, pouco depois, será obrigatório reportar métricas de clima em consonância com padrões internacionais. Adotar já formatos como CBPS, IFRS S2 ou frameworks de CDP/TCFD prepara as empresas. Como observa o IBGC, “divulgar riscos e oportunidades de forma clara, comparável e consistente... contribui para a busca de um mercado global transparente e confiável”, além de deixar a empresa apta a publicar relatórios oficiais desde 2027.


  • Participar ativamente do mercado de carbono: com a nova Lei do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE, Lei 15.042/2024), que regulamenta o mercado de carbono, o Brasil entra em um seleto grupo de países com legislação dedicada. Isso cria oportunidades para empresas financiarem projetos de redução de emissões via venda de créditos. A lei “vai permitir que o Brasil receba investimento internacional em troca de créditos de carbono”. Portanto, companhias devem avaliar como gerar créditos (por exemplo em projetos florestais, agropecuários ou de energia limpa) ou adquirir créditos para compensar emissões, acompanhando a regulação que está por vir.


Por que antecipar traz vantagem

Antecipar-se às mudanças climáticas confere vantagem competitiva e reputacional. Empresas que alinham precocemente metas ESG com inovação e resiliência serão protagonistas na nova economia. Conforme especialistas, organizações que inserem sustentabilidade na sua estratégia tendem a atrair investimentos, encontrar linhas de financiamento verde mais favoráveis e obter preferência de clientes e parceiros. Na COP30, essa ideia foi explicitada: “os que souberem se antecipar às mudanças radicais que estão por vir […] serão os que prosperarão, ao abraçar a inovação, construir resiliência e se adaptar com agilidade”.


Além disso, ações climáticas sólidas constroem reputação. No contexto brasileiro, demonstrações de combate ao desmatamento e apoio a comunidades locais elevam a confiança de consumidores e investidores. Conforme observa o Observatório do Clima, reduzir o desmatamento ilegal traz “benefício ambiental” e combate atividades criminosas, além de melhorar a imagem internacional do País. Empresas que lideram essas iniciativas em suas cadeias de valor não só mitigam riscos futuros, mas ganham destaque no mercado.


Do ponto de vista financeiro, atuar cedo significa acesso a linhas de crédito e subsídios verdes. Bancos e fundos internacionais aumentam o financiamento para projetos sustentáveis. Por exemplo, recursos globais comprometidos com energia limpa e adaptação ultrapassam trilhões de dólares, e empresas “verdes” costumam atrair essas verbas com mais facilidade. Em suma, ao investir em mitigação e adaptação antes da data-limite, o setor empresarial fortalece sua posição competitiva e cumpre um papel de liderança estratégica no enfrentamento das mudanças climáticas.


A parceria anunciada entre a Presidência da COP30 e a Bloomberg Philanthropies simboliza a mobilização global necessária: ela visa lançar uma nova era de inovação em energia limpa e investimentos de baixo carbono, conectando metas climáticas a soluções práticas. Empresas que acompanham esse movimento, institucionalizando ações climáticas e comunicando seus resultados, transformam obrigações em oportunidades reais de crescimento.


Como a GSS apoia essa jornada

Para concretizar compromissos climáticos em resultados, muitas empresas contam com parceiros estratégicos. A GSS é uma impact development company com mais de 15 anos de atuação e projetos entregues em 15+ países e já atendeu 300+ clientes corporativos em gestão climática e de biodiversidade. Nosso portfólio abrange desde consultoria estratégica até a implementação de programas integrados.


A GSS orienta organizações na formulação de estratégias de baixo carbono, elaborando inventários de GEE, definindo metas e planos de descarbonização alinhados à cadeia de valor. Também auxilia na integração dessas estratégias às melhores práticas ESG, garantindo uma comunicação transparente com investidores e o mercado. Além disso, desenvolve projetos de geração de créditos de carbono e sociobiodiversidade, estruturando veículos de financiamento verde em parceria com instituições renomadas — conectando investidores a oportunidades em energias renováveis, reflorestamento e tecnologias limpas.


Unindo tecnologia, marketing e sustentabilidade, a GSS cria experiências de engajamento climático e oferece suporte em comunicação estratégica, como relatórios e materiais voltados à agenda climática global. Com atuação integrada, do diagnóstico à execução, a consultoria transforma metas em resultados, apoiando empresas na preparação para exigências regulatórias e no fortalecimento da reputação por meio de soluções completas em gestão climática.


Conclusão

A COP30 representará um ponto de inflexão na agenda climática global. Para que as empresas estejam prontas nesse cenário, é preciso agir desde já: avaliar riscos, traçar rotas de descarbonização, alinhar estratégias ESG e aproveitar os novos mecanismos de mercado (financiamentos e créditos de carbono). 


Agir antecipadamente garante não só conformidade legal como ganhos financeiros e de imagem. Com apoio de especialistas como a GSS e outros parceiros, o setor empresarial brasileiro pode ocupar posição de destaque, liderando a transição para uma economia mais verde.


Preparar-se para a COP30 é, portanto, preparar-se para o futuro dos negócios.


 
 
 

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