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Transição Justa na rota da COP30: o clima no centro, as pessoas na linha de frente

  • Foto do escritor: Vanessa Souza
    Vanessa Souza
  • 8 de jul.
  • 4 min de leitura

O que significa transição justa em 2025?


A emergência climática está exigindo que empresas, governos e a sociedade reorganizem suas prioridades. Mas para que essa mudança seja, de fato, viável e legítima, ela precisa ser justa. A transição justa parte do reconhecimento de que os impactos da transformação ecológica recaem de forma desigual sobre diferentes grupos sociais e territórios, e que só será possível alcançar as metas do Acordo de Paris se esses grupos forem protagonistas na construção das soluções.


Em 2025, o tema avançou para o centro das discussões internacionais. A Conferência de Bonn (SB62), que prepara o terreno técnico para as negociações da COP30, mostrou como o debate sobre a transição justa está mais vivo e complexo. Já a COP30, que será sediada em Belém (PA) em novembro, representa uma oportunidade sem precedentes para colocar essa justiça em prática, especialmente na Amazônia — onde as desigualdades sociais e ecológicas se entrelaçam há séculos.


Bonn 2025: a base política e técnica da transição justa


Durante as negociações na Conferência de Bonn, os países se debruçaram sobre a implementação do Programa de Trabalho sobre Transição Justa (JTWP), criado na COP28. Esse programa é um marco ao reconhecer que a descarbonização precisa caminhar junto com o combate à pobreza, à desigualdade e à exclusão.


Duas visões distintas marcaram o debate:

  • Países em desenvolvimento, liderados pelo G77 e China, enfatizaram a necessidade de responsabilidades diferenciadas, defendendo que a justiça climática passa por reequilibrar a balança global: acesso a financiamento, perdão de dívidas, transferência de tecnologia e correção das assimetrias no comércio internacional.


  • Países desenvolvidos buscaram manter o foco na meta de 1,5 °C, defendendo que a transição justa se concentre em temas como emprego verde, inovação e planejamento urbano resiliente, com menor foco nos aspectos estruturais da desigualdade global.


Caminhos possíveis

Apesar das tensões, Bonn avançou em pontos importantes:

  • Redação de uma nota técnica com caminhos para incorporar a transição justa nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs);

  • Reconhecimento do papel de trabalhadores, povos indígenas, juventudes e mulheres como agentes da transição;

  • Fortalecimento do vínculo entre transição justa e financiamento climático, com propostas de mecanismos específicos voltados a comunidades vulneráveis.


Mas os desafios continuam grandes. A fragmentação dos compromissos, a ausência de metas claras para financiamento e a resistência em abordar o papel dos combustíveis fósseis mostram que ainda há um longo caminho a percorrer.


COP30 em Belém: transição justa em solo amazônico


Belém será a primeira cidade da Amazônia a sediar uma COP. Isso significa mais do que uma escolha geográfica: é uma afirmação política. A floresta e seus povos estão no centro do debate climático global. A COP30 carrega o potencial de ser uma COP histórica — e também carrega responsabilidades.


O Brasil, como país anfitrião, lançou uma Agenda de Ação estruturada em seis eixos, destacando temas como energia limpa, biodiversidade, sistemas alimentares, justiça social e financiamento. A proposta brasileira é dar um passo além das NDCs, com a criação de um novo modelo de contribuição climática: a GDC (Contribuição Globalmente Determinada), que inclui compromissos de empresas, governos locais e atores não estatais.


Essa abordagem reconhece que a resposta climática precisa ser descentralizada, territorializada e inclusiva — pilares essenciais para uma transição justa.


A Amazônia como território-chave

O território amazônico, e em especial o Pará, é um laboratório real da transição justa. Nele, desafios ambientais, econômicos e sociais se sobrepõem:

  • Como avançar na bioeconomia sem repetir o extrativismo predatório do passado?

  • Como gerar empregos verdes que sejam dignos e culturalmente adequados?

  • Como garantir que os investimentos em descarbonização incluam comunidades tradicionais, ribeirinhas e quilombolas?


Responder a essas perguntas com ações concretas é essencial para que a COP30 não seja apenas uma conferência simbólica, mas sim um marco de transformação.


O que está em jogo: riscos e oportunidades para o setor privado


A transição justa deixou de ser um tema periférico e se tornou uma agenda estratégica para empresas, especialmente aquelas que operam ou investem no Brasil. As exigências de transparência, de adaptação a critérios ESG mais robustos e de engajamento com atores locais estão crescendo, e a COP30 vai acelerar esse movimento.


Para as empresas, isso significa:

  • Integrar a transição justa em suas estratégias climáticas, incorporando não apenas metas de carbono, mas também inclusão, equidade e reparação.

  • Mapear os riscos e oportunidades sociais em suas cadeias de valor, sobretudo quando envolvem territórios sensíveis como a Amazônia.

  • Se posicionar como agentes ativos da transformação, contribuindo para soluções que respeitem a diversidade de contextos, saberes e economias.


A transição justa é, ao mesmo tempo, uma agenda de responsabilidade e uma alavanca de inovação. E quem entender isso agora terá mais espaço — e mais legitimidade — no novo ciclo climático que se inaugura com a COP30.


Sua empresa na COP30


A transição justa exige mais do que intenções, exige planejamento, presença e protagonismo. Em um ano em que o Brasil ocupará o centro das atenções climáticas globais, empresas que desejam liderar essa transformação precisam estar preparadas para atuar com consistência, estratégia e responsabilidade.

É nesse contexto que a GSS se posiciona como parceira das organizações que não querem apenas assistir à COP30, mas fazer parte ativa dela.


Nossos serviços para a COP30 incluem:

  • Guia Empresarial para a COP30

    Um serviço exclusivo voltado a empresas que desejam se posicionar com clareza e relevância no maior evento climático da década. Mais do que uma consultoria, o Guia oferece uma jornada personalizada para sua organização, focada na realidade do seu setor.


  • Desenvolvimento e apoio a projetos de sociobiodiversidade no Pará

    Atuamos em rede com organizações locais para viabilizar projetos de impacto positivo na Amazônia, com foco em bioeconomia, restauração ecológica, inclusão produtiva e inovação social.


  • Consultorias estratégicas em clima, biodiversidade e ESG

    Apoiamos sua organização na criação de estratégias climáticas integradas, com foco em transição justa, engajamento de stakeholders e financiamento climático.


Quer transformar o discurso em ação?

Fale com a GSS e descubra como sua organização pode ser parte ativa da transição justa e da construção de soluções climáticas com impacto real — para o planeta e para as pessoas.








 
 
 

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