Soluções Baseadas em Tecnologia (TbS) e na Natureza (NbS) na estratégia ESG
- GSS
- 6 de ago.
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As empresas que integram a agenda ESG buscam mitigar impactos ambientais por meio de soluções inovadoras. Nesse contexto, destacam-se as Soluções Baseadas em Tecnologia (TbS) e as Soluções Baseadas na Natureza (NbS).
As TbS envolvem sistemas industriais e tecnológicos para reduzir ou capturar emissões de carbono, enquanto as NbS utilizam processos naturais e restauração de ecossistemas para sequestrar carbono e gerar benefícios socioambientais.
Combinar essas abordagens é fundamental para alcançar metas de carbono neutro e melhorar indicadores de sustentabilidade corporativa.
O que são TbS e NbS?
Soluções Baseadas em Tecnologia (TbS)
Soluções Baseadas em Tecnologia (TbS) referem-se a projetos que utilizam engenharia e inovação para reduzir emissões. Elas aprimoram processos industriais, energéticos e de transporte de forma a evitar ou capturar CO₂. Essas soluções alavancam sistemas e processos industriais projetados para capturar, reduzir ou evitar emissões de carbono.
Exemplos de TbS:
Captura e Armazenamento de Carbono (CCUS): tecnologias que capturam CO₂ diretamente de emissões industriais ou do ar ambiente e o armazenam geologicamente.
Geração de Energia Renovável: projetos de eólica, solar e hidrelétrica que substituem combustível fóssil, reduzindo emissões em larga escala.
Gestão de Resíduos e Biogás: conversão de metano de aterros ou resíduos orgânicos em energia (biometano) evita emissões de GEE.
Eficiência Energética e Mobilidade Elétrica: otimização de processos, veículos elétricos e tecnologias de smart grids reduzem consumo de energia fóssil.
Estas soluções exigem investimentos em P&D e infraestrutura, mas permitem controle preciso das emissões. Como apontado em estudos, projetos de TbS tendem a ter custos iniciais mais altos, porém oferecem “medição e verificação precisas” das reduções de emissões.
Soluções Baseadas na Natureza (NbS)
Soluções Baseadas na Natureza (Nature-Based Solutions, NbS) são práticas que restauram e conservam ecossistemas para capturar carbono de forma natural.
As NbS envolvem restauração e conservação de ecossistemas para absorver e armazenar carbono naturalmente, enfatizando biodiversidade, saúde do solo e manejo sustentável da terra. Na prática, buscam-se sinergias entre preservação ambiental e metas climáticas.
Exemplos de NbS:
Reflorestamento e Aflorestamento: plantio de árvores ou recuperação de florestas degradadas para sequestrar CO₂ na biomassa. Projetos REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento) também se enquadram aqui, protegendo florestas existentes.
Agricultura Regenerativa e Manejo de Solos: técnicas agrícolas que aumentam o carbono no solo, como plantio direto, rotação de culturas e agroflorestas. Essas práticas melhoram a fertilidade do solo e armazenam CO₂.
Restauração de Zonas Costeiras (“Carbono Azul”): proteção e recuperação de manguezais, brejos e recifes, ecossistemas marinhos que são altamente eficientes em absorver CO₂.
Infraestrutura Verde: parques urbanos, corredores ecológicos e sistemas de drenagem natural, que aumentam a resiliência climática local e auxiliam no ciclo do carbono.
As NbS buscam benefícios múltiplos: além do sequestro de carbono, promovem biodiversidade, purificação da água, conservação do solo e apoio a comunidades locais. Essas soluções harmonizam clima e natureza, mostrando como a natureza pode beneficiar o bem-estar humano e social.
Benefícios e limitações de TbS e NbS
As abordagens baseadas em tecnologia e na natureza oferecem vantagens complementares às estratégias ESG, mas também apresentam desafios distintos.
Benefícios das TbS:
Precisão e escala: tecnologias de baixo carbono permitem medir com exatidão as emissões evitadas e escalá-las a nível industrial.
Rapidez de implementação: muitas soluções tecnológicas já existem e podem ser implantadas rapidamente (p.ex., instalar painéis solares) comparado à espera por uma floresta crescer.
Inovação contínua: o avanço tecnológico tende a reduzir custos e melhorar eficiência ao longo do tempo (ex: redução do custo de baterias, aprimoramentos em biocombustíveis).
Limitações das TbS:
Custo inicial elevado: geralmente demandam investimentos significativos em infraestrutura e P&D.
Complexidade técnica: algumas tecnologias (captura de carbono direta, hidrogênio verde etc.) ainda estão em estágio piloto ou dependem de avanços adicionais.
Foco em emissões stuais: normalmente atuam em emissões futuras e em setores industriais, sem gerar impactos ambientais locais adicionais (p.ex., não aumentam biodiversidade).
Benefícios das NbS:
Co-benefícios ambientais e sociais: além de sequestrar carbono, NbS melhoram a biodiversidade, a saúde dos solos e a qualidade da água, e podem gerar empregos locais. Por exemplo, projetos florestais melhoram habitats e oferecem subsídios a comunidades rurais.
Custo-efetividade em larga escala: muitas NbS (como reflorestamento e agricultura regenerativa) podem ser mais baratas que as alternativas puramente tecnológicas, especialmente considerando benefícios indiretos.
Reputação e financiamento verde: empresas que investem em soluções baseadas na natureza (NbS) colhem benefícios em reputação, acesso a crédito verde, mitigação de riscos e geração de novos produtos.
Resiliência e adaptação: NbS fortalecem a resiliência de cadeias produtivas (protegem bacias hidrográficas, evitam erosão), alinhando ESG com metas de adaptação climática.
Limitações das NbS:
Dependência de fatores naturais: o sucesso do sequestro de carbono depende do clima, solo e espécie florestal. Eventos extremos (secas, incêndios, pragas) podem reverter ganhos de carbono.
Risco de perda de carbono: garantir permanência do carbono é difícil; por isso projetos florestais exigem monitoramento de longo prazo para assegurar que as árvores plantadas não sejam desmatadas no futuro.
Escala e tempo: muitas NbS levam anos a décadas para maturar (uma floresta jovem demora para atingir pico de captura) e podem competir por terra com outras atividades (agricultura, urbanização).
Medição complexa: quantificar com precisão as remoções de carbono em ecossistemas naturais é mais desafiador; demanda técnicas especializadas de inventário florestal ou sensoriamento remoto.
Em resumo, TbS e NbS são complementares. Enquanto as soluções tecnológicas agilizam a redução de emissões industriais, as baseadas na natureza ampliam o impacto positivo sobre o clima e a biodiversidade. A combinação de ambas é considerada crítica para cumprir metas globais de neutralidade climática.
Integração nas metas ESG e relatórios corporativos
Para incorporar TbS e NbS, as empresas alinham essas soluções a seus compromissos e relatórios ESG de referência:
Metas Net Zero e SBTi: muitas companhias estabelecem metas de neutralidade até meados do século (ex.: 2050) apoiadas por ciência (Science Based Targets). Nesses planos, redesenham suas operações com TbS (ex.: energia renovável) e reservam parte das emissões residuais para compensar via NbS (ex.: reflorestamento).
Inventários de Emissões (GHG Protocol): o GHG Protocol é o padrão global para contabilização de GEE corporativo. As empresas calculam emissões de escopos 1, 2 e 3 seguindo esse protocolo. Projetos de TbS e NbS entram no balanço como reduções (abatedoras) e remoções de carbono. Para consistência, orientações do IPCC e do GHG Protocol para o setor de terra (Land Sector Guidance) definem como contabilizar remoções florestais e de solos. Inventários rigorosos garantem que apenas resultados reais sejam declarados, evitando dupla contagem.
Relatórios TCFD e ESG: o Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) e padrões como GRI exigem transparência sobre riscos e estratégias climáticas. As empresas relatam em seus relatórios ESG como TbS e NbS são parte de sua governança climática. Além disso, divulgam métricas (emissões totais, metas e progressos) e estratégias de adaptação associadas a iniciativas naturais e tecnológicas. Iniciativas voluntárias como o CDP (Carbon Disclosure Project) e padrões de sustentabilidade corporativa cobrem esses temas, reforçando a necessidade de explicar credenciamentos e resultados.
Em outras palavras, incorporar TbS e NbS permite cumprir exigências regulatórias e de investidores. Por exemplo, em 2023 foi aprovado no Brasil o projeto de lei que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), onde empresas precisarão reportar inventários de GEE e negociar créditos de carbono (tanto tecnológicos quanto de projetos de carbono natural).
Tais frameworks reforçam que a adoção de soluções climáticas deve ser mensurável e reportada segundo padrões reconhecidos.
Mensuração e verificação de impacto
A credibilidade das soluções TbS e NbS depende de medição e verificação rigorosas dos resultados. Isso é essencial para atrair investimentos e cumprir regulações ambientais:
Inventário contínuo de GEE: as empresas devem atualizar periodicamente seu inventário de emissões (tipicamente anual). Esse inventário, seguindo o GHG Protocol, contabiliza fontes emissoras e atividades de mitigação. Ter dados confiáveis sobre emissões atuais e abatidas embasa decisões financeiras e relatórios de sustentabilidade.
Tecnologia de MRV (Monitoramento, Relato e Verificação): projetos climáticos exigem sistemas sofisticados de medição. Para projetos de NbS florestais, por exemplo, utiliza-se inventário de biomassa no campo, modelagem de crescimento e sensoriamento remoto por satélite. Já iniciativas tecnológicas podem usar sensores IoT e telemetria para medir reduções (ex.: contadores em turbinas solares, monitores de emissões em usinas).
Certificações e cerificação independente: para que os resultados sejam aceitos, muitas empresas certificam seus projetos com padrões internacionais (por ex., Verified Carbon Standard, Gold Standard, CAR). Essas certificações envolvem auditoria por terceiros para verificar adicionalidade (impacto extra), permanência (carbono estocado a longo prazo) e ausência de dupla contagem. A emissão de créditos de carbono só ocorre após verificação rigorosa. Em suma, frameworks globais (GHG Protocol, padrões de carbono, IUCN NbS Standard) orientam todo o processo de MRV para garantir integridade.
Compliance e investimentos: investidores institucionais e reguladores exigem métricas claras. Empresas que comprovam suas reduções e remoções de carbono abertas a auditores atraem melhores condições de financiamento verde (green bonds, empréstimos sustentáveis). O alinhamento com recomendações de disclosure (TCFD, TNFD) e normas como as do GRI reforça a transparência do relatório ESG. Em um mercado de carbono emergente, mensurar e verificar o impacto climático não é opcional, mas é requisito para acessar benefícios fiscais, incentivos financeiros e manter a licença social para operar.
Como a GSS pode ajudar sua empresa
Implementar TbS e NbS exige expertise técnica e estratégica. A GSS é especialista em transformar compromissos climáticos em resultados práticos. Nossos serviços incluem:
Gestão Climática integrada: definimos metas de redução de emissões alinhadas às melhores práticas (SBTi, TCFD) e elaboramos estratégias de descarbonização que combinam soluções tecnológicas e naturais. Avaliamos riscos climáticos e oportunidades de inovação em toda a cadeia de valor.
Inventário de Emissões (escopos 1,2,3): realizamos levantamentos completos de GEE segundo o GHG Protocol e diretrizes do IPCC. Produzimos relatórios ESG claros e auditáveis, atendendo a investidores e certificações internacionais.
Projetos de Carbono e NbS: desenvolvemos iniciativas de abatimento e remoção de carbono com rigor técnico. Isso inclui projetos de energia renovável, eficiência energética e CCUS (TbS), bem como reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e agricultura regenerativa (NbS). Garantimos medição precisa (MRV) e ajudamos sua empresa a obter créditos de carbono de alta qualidade.
Consultoria ESG e relatórios: apoiamos na melhor governança ESG, integrando gestão da biodiversidade, direitos sociais e governança corporativa. Elaboramos relatórios que incorporam indicadores climáticos e de natureza, conforme GRI, CDP e regulamentações vigentes.
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